segunda-feira, 19 de maio de 2008

Postei os Trabalhos escritos da disciplina Pesquisa e Prática Pedagógica no intuito de poder está dividindo com vocês. Vem ai o PPP 4
Beijossss

domingo, 18 de maio de 2008

PPP 3

Universidade do Estado da Bahia - UNEB
Departamento de Ciências e Tecnologias-DCHT
Campus XVI - Irecê










Lúdico: Perspectiva de transformação nos processos educativos.













Irecê 2008


Suzely Rocha Dourado





Lúdico: Perspectiva de transformação nos processos educativos.






Trabalho solicitado pela professora Cenilza Santos como requisito de avaliação da disciplina de Pesquisa e prática Pedagógica no 3º período.








Irecê 2008.


Problemática:

Podemos considerar várias questões que envolvam a docência nos dias atuais, podendo trazer muitas inquietações acerca desta temática, fica evidente que esta proposta ainda existe muita coisa pra ser discutida, pois os objetivos da docência ficam apenas limitados ao processo de escolarização (leitura e escrita e as operações) esquecendo da importância de valores morais, cívicos. Essas duas questões devem ser trabalhadas de forma igualitária, sendo que tanto o letramento quanto a noções cidadania possui peso equivalente na construção do sujeito.

Sabendo que não existe educação somente na escola é sim em qualquer lugar onde esteja acontecendo o processo de ensino e aprendizagem, como nos grupos sociais, na família, Igreja, com os amigos, dentre outros. Essa aprendizagem fora da escola deveria ser explorada de forma mais profunda, o que geralmente não acontece ou pelo menos não como deveria, não se dão importância aos conhecimentos prévios dos alunos, adquiridos das mais variadas formas. Acontece que esses conhecimentos são desprezados, colocando os propostos pelo currículo no mais alto grau de importância, perdendo muitas oportunidades de enriquecer o trabalho do professor.

O brincar deixou de ser apenas diversão há muito tempo, desde os primeiros estudiosos como Froebel *, que já entediam que o brincar pode também alem de divertir, socializar e levar a criança ao mundo próprio a ser uma ferramenta pedagógica para a aprendizagem.

Outro fator importante a ser detalhado é, que não se pensam no lúdico nas séries do ensino fundamental, dando importância apenas na educação infantil. Um fator primordial é a implantação do lúdico no ensino fundamental, pois o lúdico é uma poderosa arma no processo de aprendizagem escolar, e na construção da subjetividade, embora não se dê tanta atenção a isso, pois existe um descaso ainda muito grande em relação às atividades lúdicas, ou pelo menos pouca ênfase.

* Foi o precursor de uma pedagogia ativa e lúdica para as crianças pequenas
Existem várias temáticas que podem ser desenvolvidas no lúdico como: questões de gênero, domínio de raciocínio, conhecimento do alfabeto, desenvolvimento motor e principalmente a socialização, pois para Vygotsky a relação entre desenvolvimento e aprendizado está totalmente ligada ao papel social. Ele não ignora as funções biológicas do ser humano, mas enfatiza a importância do papel social fornecedora de instrumentos e signos que media à relação indivíduo e
mundo, ou seja, o processo de desenvolvimento humano depende do aprendizado realizado num grupo social. Vale ressaltar que as atividades lúdicas podem ser uma alternativa na inclusão social, pois possibilitam o aluno à interação a troca de experiências e a socialização.


Os resultados de uma aula lúdica são claramente observáveis, pois desperta o desejo de saber, à vontade de participar e a alegria da conquista. Tudo isso estarão impregnado a todos os momentos da aula. Falando nisso, nessa vontade de conquista há controvérsias no desenvolvimento especificamente de jogos na sala de aula, pois se não souber trabalhar com isso desenvolverá a competitividade, e o individualismo, e o aluno não saberá lidar com as derrotas, acarretando traumas e decepções.

Os espaços lúdicos são ao mais variados possíveis, oficialmente são conhecidos como brinquedoteca, mas as atividades lúdicas podem acontecer em qualquer espaço, irá depender da criatividade e imaginação tanto do professor quanto das crianças, desde a chegada na sala de aula, no momento programado para acontecer, a qualquer momento da aula quando julgar necessário, em passeios fora da escola dentre outros.

Na minha concepção, as brincadeiras, jogos e diversões que acontecia nas escolas eram apenas, momentos livres ou menos importante do dia letivo, um descanso para os professores e/ou para os pais. Reforçando esta opinião Santos diz:
O jogo ainda é usado nos espaços menos nobres, em horários livres, no recreio para descansar e logo após para retomar as atividades sérias, exatamente como preconizavam as teorias sobre o jogo no século passado.(2001. pg 16).
As atividades lúdicas podem e devem ter papel fundamental na aprendizagem das crianças, pois o lúdico desenvolve a criatividade e a imaginação, é claro que o professor deverá inserir objetivos pedagógicos nessas atividades, deverá ter planejamento para não sair dos objetivos propostos, pois o professor não pode achar que só porque brincou um dia, ele saberá lidar com essa situação. Mas haverá momentos onde a brincadeira existirá apenas pelo prazer de brincar, Brougère diz “que os brinquedos podem também ser objetos, afetivo e de descoberta, sem se inserir num comportamento lúdico”, porque a criança também precisa disso para compor parte de sua infância, pois isso é fundamental para construção um adulto saudável. (2000. pg 68)


Problema:

A eficácia do lúdico já foi comprovada por muitos teóricos, então o porque de tanta resistência da incorporação do lúdico de forma totalizada nos processos educativos desde a educação infantil ao ensino fundamental, já que o lúdico hoje ainda é pensado como apenas uma parte desse processo.

Objetivos:
Geral:

Compreender a importância que traz a ludicidade em todo o seu contexto para a docência e para a construção do sujeito.

Específicos:

 Promover inquietações à cerca do lúdico para provocar mudanças no desenvolvimento do trabalho docente;
 Conhecer melhor os métodos, as estratégias e as formas de desenvolver o lúdico;
 Divulgar esta temática no sentido de contribuir para a inserção de forma plena nos processos pedagógicos;
 Ampliar conhecimentos.

Referências bibliográficas:

SANTOS, Santa Marli Pires dos (org) A Ludicidade como Ciência. Petrópolis, RJ: Vozes. 2001.

BROUGÈRE, Gilles.Brinquedo e cultura/ Gilles Brougère; revisão técnica e versão brasileira adaptada por Gisela Wajskop.-3.ed.- São Paulo, Cortez,2000.-(coleção Questões da Nossa Época; v.43).

Revista da FAEEBA/ Universidade do Estado da Bahia ,Departamento de Educação l – ano 1,nº 1 (jan/jun.,1992) –Salvador : UNEB, 1992.

PPP 2


Universidade do Estado da Bahia - UNEB
Departamento de Ciências e Tecnologias-DCHT
Campus XVI - Irecê










PPP (Pesquisa e Prática Pedagógica)






Irecê 2007






Deusiléia, Elder, Joaquina, Maria Celeste, Neuma, Silvana, Suzely, Uendes.


Tema:
O projeto Agente Jovem de Ibititá


Sub-temas:
1.1 O fundamento político do projeto Agente Jovem;
1.2 A Ação pedagógica do projeto;
1.3 As contribuições do projeto.



Trabalho solicitado pelo professor Cláudio Eduardo Félix como requisito de avaliação da disciplina de Pesquisa e prática Pedagógica no 2º período.








Irecê 2007.

Introdução

A partir da definição do papel desempenhado pelo projeto, de reintegrar o adolescente na sociedade e reeducá-los no espaço da escola regular, decidimos discutir e analisar o projeto Agente Jovem de Desenvolvimento Social e Humano de Ibititá, um município que possui aproximadamente dezoito mil habitantes e tem sua sustentabilidade econômica baseada na agricultura atribuindo uma pequena parcela no comércio. O Município de Ibititá se encaixa nas normas estabelecidas pela Secretaria de Estado de Assistência Social, para ser contemplado com o projeto, uma vez que, possui um número considerável de crianças e adolescentes carentes e em estado de vulnerabilidade.
Diante deste contexto o governo municipal de Ibititá firmou junto ao governo federal em outubro de 2005, uma parceria, na tentativa de reverter ou mesmo minimizar este quadro.
Nosso trabalho tem o objetivo de compreender a questão pedagógica, do projeto Agente Jovem de Ibititá, considerando os seguintes aspectos:
1.1 O fundamento político do projeto Agente Jovem;
1.2 A ação pedagógica do projeto;
1.3 As contribuições do projeto.
De acordo com pressupostos requisitos elaboramos o nosso trabalho seguindo determinado tema: Até que ponto a organização do projeto Agente Jovem de Ibititá tem contribuído para a formação e reinserção do jovem na sociedade?
A metodologia utilizada para tal estudo segue-se nos referidos instrumentos: visitas periódicas à entidade, onde observamos a rotina e execução dos trabalhos; entrevistas a orientadores e alunos integrantes do projeto para melhor compreensão; utilização de dados e referências bibliográficas, adquiridos através de livros e internet. Todo o material obtido foi analisado e discutido em sala de aula.










1.1 Perfil da juventude brasileira

A partir da segunda metade da década de 1990, o tema da juventude começou a ganhar projeção e complexidade no espaço público brasileiro. Ao mesmo tempo em que aumentava a proporção de jovens de 15 a 24 anos no conjunto da população nacional, eles eram afetados de forma particularmente intensa pelo aprofundamento das desigualdades econômico-sociais, enfrentando dificuldades das mais diversas ordens.
De modo geral, os jovens passaram a chamar a atenção da sociedade como vítimas ou protagonistas de problemas sociais. Múltiplos projetos e ações foram então criados, dirigidos majoritariamente a adolescentes e focando questões como desemprego, doenças sexualmente transmissíveis, gravidez na adolescência, drogas e particularmente violência. E à medida que esta última ganhava destaque entre as preocupações na sociedade, mais os jovens eram com ela identificados, reforçando no imaginário social a representação da juventude como um problema.
Nesse contexto, surgem assessorias, coordenadorias, secretarias e programas que têm como desafio a tarefa de desenvolver política considerando as especificidades da juventude brasileira sem perder de vista sua acentuada diversidade.
A juventude é a fase do ciclo de vida em que se concentram os maiores problemas e desafios, mas também é a fase de maior energia, criatividade e potencial para engajamento.
Para caracterizar a juventude, as estatísticas brasileiras geralmente seguem os parâmetros de organismos internacionais, considerando o grupo etário de 15 a 24 anos. Em 2000, no penúltimo recenseamento geral da população realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) estava nessa faixa etária cerca de 34 milhões de pessoas, o que representa 20% da população brasileira. A juventude brasileira é marcada por uma extrema diversidade e manifesta as diferenças e as desigualdades sociais que caracterizam nossa sociedade.
Alguns dos principais problemas que jovens brasileiros se defrontam são: a disparidade de renda; o acesso restrito a educação de qualidade e frágeis condições para a permanência nos sistemas escolares, o desemprego e a inserção no mercado de trabalho; a falta de qualificação para o mundo do trabalho; o envolvimento com drogas lícitas (álcool, tabaco) e ilícitas; a gravidez na adolescência; a violência no campo e na cidade; a intensa migração; as mortes por causas externas (homicídio, acidentes no trânsito e suicídio); o limitado acesso as atividades esportivas, lúdicas e culturais.
Esse quadro aponta a necessidade de promover mudanças mais profundas e estruturais no modelo de desenvolvimento econômico-social adotado num pais, com reorientação de investimentos que garantam os direitos básicos da população - aos jovens em particular - nas áreas de educação, criação de empregos, infra-estrutura urbana, saúde, acesso à cultura e ao lazer, que tenham repercussões na situação da segurança pública.
Diante deste quadro de problemas enfrentados pelos jovens brasileiros, percebemos a existência de uma política compensatória a fim de suprir essas necessidades vivenciadas por eles.

Projeto Agente Jovem:

O Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome - MDS – a partir da aprovação da nova PNAS 2004 (Política Nacional de Assistência Social), regulamenta a construção de um Sistema Único de Assistência Social - SUAS - cria o projeto Agente Jovem visando o desenvolvimento pessoal, social e comunitário de 25 jovens entre 15 e 17 anos que estejam em vulnerabilizados pela pobreza e exclusão social.
Os critérios utilizados na seleção desses jovens, além dos já citados, é necessário que sejam pertencentes a famílias com renda per capita de até ½ salário mínimo, que sejam egressos de programas sociais (Bolsa Escola, Renda Mínima) ou que estejam sob medida protetiva, medida socioeducativa em meio aberto, semi-liberdade e egressos de medidas sócio educativas de internação de acordo com os artigos 101, 117, 118, 120, 121, do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), jovens que estejam desligados da escola, ou que sejam oriundos de programas de atendimento à exploração sexual comercial de menores e ainda 10% das vagas de cada município são necessariamente destinados a adolescentes portadores de algum tipo de deficiência.
Esse projeto proporciona ao jovem, capacitação teórica e prática, por meio de atividades que não configuram trabalho, mas que possibilita sua permanência no sistema educacional preparando-os para futuras inserções no mercado.
O MDS (Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome) concede também diretamente ao jovem, uma bolsa no valor de R$ 65,00 durante os 12 meses em que estiver inserido no programa e atuando em sua comunidade.
A composição de cada núcleo de Agente Jovem é de um orientador social-pessoa responsável pelo dia a dia com os jovens, devendo ter formação universitária e possuir experiências em trabalhos com jovens e os instrutores - responsáveis pela realização das capacitações temáticas e deverá ser preferencialmente profissionais e especialistas responsáveis pelo desenvolvimento e/ ou assessoria das temáticas. São profissionais de diversas áreas. Cada grupo terá o número de instrutores necessários para amplo desenvolvimento da proposta pedagógica, respeitando a habilidade de cada profissional.
O projeto Agente Jovem foi desenhado dentro de uma concepção de gestão intergovernamental e de caráter intersetorial. Para tanto, faz-se necessário um amplo movimento de mobilização nos três níveis de Governo e especialmente do poder público local, buscando parcerias com organizações não governamentais, setor empresarial e trabalho voluntário.
Um dos objetivos do projeto de Ibititá é fazer o jovem compreender seu papel de cidadão e agente de transformação, melhorando sua auto-estima. Segundo a psicóloga, Janaina Barreto, que atua no projeto Agente Jovem de Ibititá, este é um projeto que valoriza, respeita e integra o jovem na sociedade através de atividades sobre cidadania, drogas, saúde, tratamento bucal, valorização da família e da escola, meio ambiente, teoria e prática com horta orgânica, esporte, capoeira e teatro, e no final de cada mês o jovem recebe uma bolsa de R$ 65,00.
O projeto em Ibititá enfrenta algumas dificuldades com relação ao jovem: a falta de compromisso para com a escola, a desestrutura familiar, a falta de amor próprio e jovem sem limites. Há também problemas que interferem no desenvolvimento do projeto como, por exemplo, pouca verba para desenvolver as atividades. O financiamento para lanche, fardamento, passeios, pagamento de instrutores de capoeira, prática esportiva, curso de geração e renda são financiados pela Prefeitura Municipal. Outro problema apontado pela orientadora é o curto tempo de duração por turma, que é de um ano. Ela afirma que nesse curto período de tempo não é suficiente para recuperação dos jovens, pelo menos a maioria não. Alguns pais juntamente com a coordenação tentam permanecer com alguns jovens por mais tempo, mas a fiscalização não aceita essa possibilidade.
O projeto vem em parte elaborado pelo Governo Federal, e o que falta, como por exemplo, a metodologia de ensino é organizada pelos próprios instrutores e coordenadores que muitas vezes não têm formação específica para desenvolver determinada função – há um planejamento social que prevê o andamento das atividades e é feito todas as sextas-feiras para os desenvolvimentos dos conteúdos, e as atividades são executadas de acordo com o andamento de problemáticas entre jovens ou na família, são atividades em grupo, com dinâmica e expressão corporal. Esse núcleo de Ibititá conta com instrutores, coordenadores, psicólogo e assistente social.

1.2 O Caráter Educativo do Agente Jovem.

O projeto Agente Jovem de Ibititá e seus princípios Pedagógicos:

O Projeto Agente Jovem de Ibititá trabalha com adolescentes que se encontram em estado de vulnerabilidade e que possuem renda de até meio salário mínimo, os beneficiados geralmente são encaminhados pelos conselhos tutelares, conselhos dos direitos ou pela própria escola.
O caráter educativo deste programa tende a estimular no jovem a freqüência escolar, a participação em programas comunitários além de promover o resgate de vínculos familiares e prepará-los para o mundo do trabalho.
Na verdade, o projeto segue na direção de oferecer ao jovem perspectiva de vida, uma vez que, este se encontra excluído da vida social, e conseqüentemente, impossibilitado de garantir seu primeiro emprego.

... Um indivíduo ao integrar uma sociedade, na verdade inseri-se em múltiplos agrupamentos que se entercruzam, formando uma complexa rede de relações que permeiam o nosso cotidiano, como a família, a escola e a Igreja (TOMAZI, 1997, p.33).

A metodologia utilizada quanto à ação socioeducativa, baseia-se na consideração dos conhecimentos e os saberes dos jovens, utilizando conteúdos temáticos que proporcionam o aumento da auto - estima e o protagonismo juvenil, permitindo que eles entendam seu próprio poder de transformação.
Procura-se educar para uma formação profissional, quando cursos profissionalizantes são incluídos no projeto, os objetivos desses trabalhos educativos são definidos de acordo com as experiências sociais de cada integrante, respeitando suas individualidades, pois se precisam utilizar formas distintas para executar as tarefas de acordo com as exigências da sociedade.
Com o intuito de criar novos comportamentos e projetar personalidades, o projeto torna-se difícil e cauteloso, os orientadores precisam aprender a lidar com as diversidades dos jovens e criar métodos de equilíbrio para as diferenças de idade e de personalidade.
Mensalmente, são disponibilizadas bolsas de R$ 65.00(sessenta e cinco reais) para cada membro do grupo juvenil, eles são orientados com antecedência através de palestras de como irão usufruir deste dinheiro, as palestras acontecem sempre um dia anterior da liberação das bolsas. Este é um método que não visa só proporcionar dinheiro, mas formar cidadãos administradores e responsáveis pela sua própria renda, além de garantir a freqüência no projeto.
No intuito de firmar o projeto como um espaço de transformação, são repassadas noções dos direitos e deveres que formam a cidadania, além disso, são observados no seu cotidiano, como na escola, na rua e em suas residências, intensificando e garantindo o caráter educativo do agente jovem.
A reeducação alimentar é outro fator reforçado através de plantações de hortas realizadas pelos próprios integrantes do grupo que posteriormente demonstram em trabalhos dramatizados, alimentos que agradam ou não seus paladares. A saúde transforma-se em um elemento primordial para um bom desenvolvimento mental e físico aos integrantes do projeto.
O ato educativo neste espaço não formal visa promover uma conscientização dos jovens quanto a sua situação social e política e quanto a sua posição de cidadão, apesar de na prática, observarmos contradições durante palestras que pregavam total obediência ao sistema político do país.
Na verdade, a questão se define numa socialização que visa à integração dos jovens numa dada sociedade e eles percebem que existem outras coisas e pessoas ao seu redor que precisam ser respeitadas; esta etapa do projeto é reforçada quando palestras, vídeos e encenações teatrais os advertem sobre DSTs(doenças sexualmente transmissíveis), drogas, e gravidez na adolescência.
Desenvolvem-se também atividades que despertam e estimulam o gosto pela leitura, complementando com o reforço escolar das matérias da escola regular e promovendo dias especiais com o cantinho da leitura, onde os próprios jovens contam historinhas para os demais colegas.

A organização do trabalho pedagógico do Agente Jovem em Ibititá:

Os encontros entre jovens e orientadores do Projeto acontecem sempre no turno vespertino durante toda a semana, pois possui estudo regular, no turno oposto. A tarde é dividida entre aulas teóricas e práticas além de promover encontros entre os integrantes do projeto e a comunidade em datas especiais como São João e aniversário da cidade, onde são apresentados trabalhos do grupo.
Dentre as tarefas educacionais, destaca-se a contribuição para a arborização da entrada da cidade, caracterizando uma educação ambiental. Apesar do acompanhamento psicológico, este deixa a desejar, pois isso só acontece uma vez por semana e acaba não atendendo às necessidades reais dos integrantes do projeto.
As bolsas de remuneração são enviadas mensalmente para os mesmos, mas, eles são propositalmente orientados de como e quando o dinheiro deverá ser gastado. O discurso prega claramente que a situação precária dos referidos jovens é ironicamente culpa dos mesmos e não do sistema.
No entanto de acordo com as regras sócioeducativas descritas no projeto, as ações comunitárias deveriam contribuir para o reconhecimento dos direitos e deveres dos jovens e para o desenvolvimento de potencialidades e aquisições que resultem no exercício de uma cidadania ativa, criadora de novos espaços participativos, de autonomia e protagonismo na transformação e no desenvolvimento de sua comunidade.

A única tarefa organizativa digna da nossa época pode ser a criação de um método que, sendo comum, e único permite simultaneamente que cada personalidade independente desenvolva suas aptidões, mantenha a sua individualidade e avance pelo caminho das suas vocações. (GRIFO NOSSO apud LEUDEMANN).


Entretanto, percebe-se que os integrantes do projeto Agente Jovem de Ibititá se reeducam e se reintegram na sociedade de maneira coerente e dependente dos interesses políticos da classe dominante.

1.3 O reflexo do Projeto Agente Jovem na vida escolar de adolescentes egressos entre 15 e 17 anos.

Se analisarmos o caráter do projeto, iremos perceber que o intuito maior segundo a ementa constitucional nº.20 é possibilitar a ocupação dos jovens que não configure necessariamente trabalho, mas que possibilite, de fato, sua permanência no sistema educacional e proporcione experiências práticas que os preparem para futuras inserções no mercado de trabalho.
Em vista do projeto Agente Jovem de Desenvolvimento Social e Humano do município de Ibititá vimos que segundo as leis que regem o projeto faz-se necessário a permanência dos mesmos na escola a fim de reafirmar o compromisso e a responsabilidade perante a instituição de ensino a ao projeto, que visa desenvolver ações teóricas e práticas, que facilitem sua integração e interação para quando estiverem inseridos no mercado de trabalho. Os jovens participantes do Projeto Agente Jovem de Ibititá em sua visão de mundo se preocupam com o futuro e garantem através de pequenos gestos e ações básicas algo que possa contribuir com o orçamento doméstico.
O projeto Agente Jovem de Ibititá tem a responsabilidade de acompanhar a freqüência dos jovens na escola, na intenção de garantir a permanência dos mesmos no espaço educacional, no entanto nem sempre isso acontece e o que deveria ser rotina do orientador torna-se descaso do mesmo e o projeto não segue como deveria.

O que torna a educação possível e necessária é o fato mesmo da “modificabilidade humana”. O homem é um ser que se transforma. Não a transformação meramente exterior, crescimento ou decadência, que é própria do vivo em geral, mas a transformação “interior”, que faz dele um ser histórico. (MENESES, pág 3,2004).


É possível afirmar que o poder de transformação está centrado na educação capaz de mudar uma sociedade. Constatamos, porém, no decorrer dos nossos estudos que o desempenho escolar desses jovens inseridos no projeto no que diz respeito a comportamento, muitos continuam estáveis, sem modificabilidades aparentes, outros, porém, por falta de um acompanhamento mais detalhado, há fortes índices de comportamento inadequado e notas não muito favoráveis, talvez pelas falhas da própria execução do projeto que como mencionamos anteriormente, não acompanha esses jovens com a intensidade que deveriam. Quanto à freqüência dos alunos do Projeto Agente Jovem de Ibititá no espaço escolar, não é constatados maiores contratempos talvez pelas regras do próprio projeto onde seja estabelecido que a freqüência mínima deva ser de 75%, vale ressaltar que estamos tratando de jovens procedentes de famílias com dificuldades financeiras, desse modo faz-se necessário e importante essa bolsa mensal de R$ 65,00(sessenta e cinco reais) por jovem, a fim de contribuir com o orçamento familiar.




























Conclusão

Nessa questão é justo reconhecer que o projeto referido é um dos que mais se encaixam no caráter de um projeto Agente Jovem na região, porém quando é afirmado que “o jovem sai do projeto com a visão de que é um agente de transformação social, sabendo valorizar sua comunidade e seu meio ambiente”, não se nota o cumprimento de uma forma abrangente e prática. No entanto, o caráter do projeto Agente jovem de Ibititá deixa a desejar, pois o eixo orientador das políticas de juventude deve ser a geração de condições para que o jovem possa exercer plenamente sua condição de cidadão. Na realidade isso não acontece, ou seja, os jovens que exercem sua condição de cidadão são bastante limitados.
Segundo Demo, “a promessa de uma sociedade igual geralmente provém do grupo dominante para amansar os dominados”. Sendo assim, é justo afirmar que o projeto Agente jovem de Ibititá, junto com todos os programas compensatórios foi criado por um certo interesse do Governo, ou seja, com o objetivo de aliviar o problema da juventude, e amenizar a situação existente. Dessa forma ele tenta camuflar as conseqüências de sua própria insuficiência como governante.
O projeto é contraditório no que diz respeito à ementa e a execução do mesmo. No decorrer de nossos estudos, vimos que o projeto Agente Jovem de Ibititá se dá preferência a jovens “pré-moldados” que se adaptam ás suas condições, jovens com mais dificuldades são “eliminados” e às vezes nem selecionados, alegando falta de estruturas e/ou recursos.
Sugere-se na medida do possível o prolongamento do tempo de permanência do jovem no programa de um ano para no mínimo dois, uma vez que, os próprios orientadores da instituição junto com os pais dos alunos, alegam não ter um bom resultado na recuperação dos adolescentes depois que saem do projeto. Além disso, seria importante considerar a necessidade de um acompanhamento especial para aqueles que se revelassem mais “rebeldes” e não tirá-los do projeto, como acontece no Agente Jovem de Ibititá.
Outra consideração seria uma maior atenção por parte do pessoal do projeto na freqüência e no comportamento dos alunos durante as aulas na escola regular. Reuniões freqüentes com a família com o objetivo de entrosá-los também na programação do projeto, caracteriza um requisito positivo na execução do programa.

Referências bibliográficas:

TOMAZI, Nelson Dacio, Sociologia da educação. São Paulo. Atual. 1997.

LEUDEMANN, Cecília da Silveira. Pedagogia da Revolução. São Paulo: Expressão Popular, 2002.

MENESES, João Gualberto de Carvalho, et alli. Educação Básica: Política, Legislação e Gestão. São Paulo: Editora Pioneira, 2004.

DEMO, Pedro. Política social, educação e cidadania – Campinas, São Paulo: Papirus,1994.

FREITAS, Maria Virgínia, PAPA, Fernanda de Carvalho. Políticas públicas: Juventude em pauta. São Paulo. Cortez. 2003.

CNBB, Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, Evangelização da Juventude. Desafios e perspectivas pastorais. Itaici, Indaiatuba-São Paulo. 2006.

BRASILIA, Secretária de Assistência Social. Disponível em


























quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Texto do meu 1º PPP

O professor se redescobrindo como aprendiz na sua prática docente

A observação foi realizada na Escola Luiz Viana Filho, na cidade de Ibititá observei todas as salas no período vespertino na primeira visita, já na segunda me aprofundei na classe de 1ª série, ela foi fundada da necessidade da comunidade de educar seus moradores, pois foi oficialmente a primeira escola da cidade com recursos do Estado.Percebi que houve muitas mudanças, principalmente a participação da comunidade de diversas formas: através de bingos, festas comemorativas, etc.O primeiro passo que foi feito foi de observar, quando vamos observar com um objetivo específico, nosso olhar passa a ser muito mais refinado, abrindo um leque de pontos a ser estudado. O que me chamou a atenção, não só da escola observada, lógico que foi a partir daí, mas de um ponto de vista geral, foi à prática do professor.
Muitas vezes o professor se dá conta de está falando outra língua com o aluno, tendo ligeira impressão, que, embora esteja cercada de pessoas se sinta sozinho, se preocupando muitas vezes em despejar conteúdos programados pela escola, sem ter noção se esses conteúdos foram aprendidos, criando uma grande barreira entre as partes. Isso acontece quando o professor está passando determinado conteúdo e os alunos estão distraídos em outras coisas e mesmo assim ele permanece “fazendo seu trabalho” Essa relação de professor e aluno deve ser de igual para igual, sem ar de superioridade, mas é claro respectivamente cada um em seu papel. Existem algumas formas de quebrar essas barreiras com a flexibilidade, criatividade e principalmente o saber “escutar” o aluno, em relação a isso Freire diz:
O sonho que nos anima é democrático e solidário, não é falando aos outro, de cima para baixo, sobretudo como se fôssemos os portadores da verdade a ser transmitida aos demais, que aprendemos a escutar, mas é escutando que aprendemos a falar com ele. Somente quem escuta paciente e criticamente o outro, fala com ele, mesmo que, em certas condições precise de falar a ele ( 1996, p 113).
E hora de repensar as condutas do educador e se questionar o porquê não está obtendo resultado, Por muito tempo tinha certeza que o professor era o dono do saber, que esse saber era adquirido e pronto, sem muitos questionamentos, sem visão do “ir além”, sendo conhecimentos esses adquiridos através dos cursos convencionais. Um exemplo do professor como dono do saber é quando ele não subtrai nenhum conhecimento vindo do aluno, quando o aluno comenta como foi o seu dia, o que aconteceu no passeio com o seu pai, na Igreja etc., achando que de nada lhe servirá. Mas uma boa formação vai além, embora a lei garanta isso, na LDB no cap. II, art. 7 fala em “... Garantia do padrão de qualidade através da competência e da valorização dos professores da educação, garantindo-lhe condições de trabalho”, sabemos que é muito difícil retirar essas teorias do papel e as colocar em prática . Falando em teorias vale lembrar os educadores que não se devem prender as pesquisas realizadas na área educacional, pois na maioria das vezes essas pesquisas por profissionais que sequer tiveram a oportunidade de está na sala de aula, convenhamos, que seja um pouco difícil falar de algo sem ter tido uma experiência antes, mas ressaltando que todo trabalho humano mesmo o mais simples e o mais previsível exige do trabalhador um saber e um saber fazer. Devem se contrair alguns pontos positivos dessas pesquisas, sem deixar de lado, a singularidade do professor. Fazem-se tantos estudos sobre essa formação confirmando que esses saberes não pudessem ou não devessem ser produzidos pelos professores. Maurício Tardif diz:
É estranho que os professores tenham a missão de formar pessoas e que se reconheça que possuem competências para tal, mas que, ao mesmo tempo, não se reconheça que possuem a competência para atuar em sua própria formação e para controlá-la, pelo menos em parte, isto é, ter o poder e o direito de determinar com outros atores da educação seus conteúdos e formas (2000, p. 240).
Outro ponto marcante quando se fala em formação de professores, e da formação continuada garantida pela LDB nº. 9394/96. Que também não é posta em prática, pelo menos como deveria, ainda está ausentes programas de formação continuada em serviço e quando existem são inadequados, não conseguindo transferir para a sala de aula, com isso gerando falta de interesse na auto-formação, trazendo uma baixa estima considerável. Outro ponto de acentua este quadro de desistimulação é a má remuneração, desvalorizando a profissão, pois por conta disso o professor é obrigado a trabalhar 40 ou até 60 horas, para conseguir um salário descente, não tendo tempo e nem pique para se aperfeiçoamento de sua prática.
Mas felizmente não são só pontos negativos que se destacam sobre esse assunto, existe outra parte desta história por exemplo é a implantação de extensões de universidades em algumas cidades, visando o aperfeiçoamento dos professores já em exercício, como é o caso da rede UNEB 2000 na Bahia, inclusive na cidade da escola observada possui uma extensão desta. Muita coisa precisa ser feita, alem de repensar o sistema de formação inicial e continuada, deve existir um esforço financeiro enorme do Governo para programas nacionais de requalificação dos professores.
Tudo isso de nada adiantará se o educador não tiver amor pelo seu trabalho e pelos educados, pois a tarefa é árdua e precisa de coragem e determinação, porque está em suas mãos a responsabilidade de não apenas letrar mas também de formar cidadãos.Por todas estas questões achei interessante está fazendo essa observação na Escola Luiz Viana Filho na cidade de Ibititá , porque estudei meu ensino fundamental e quando estagiei no curso de magistério, também foi nesta escola.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Olá, Bem vindos ao meu blog!


Olá, Bem vindos ao meu blog!